COMUNICAÇÃO É TROCA DE EMOÇÃO - Milton Santos

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

OURO AZUL: A Guerra Mundial pela Água



OURO AZUL: A Guerra Mundial pela Água
(documentário)

Documentário sobre as atuais e futuras Guerras Mundiais por Água. Mostra como a água mundialmente está sendo mal gerida, esgotada e poluída. A falta de água em muitos países do mundo devido a manipulação e corrupção por parte dos Governos, administrações locais e, claro, as corporações multinacionais de Água. As constantes lutas entre o povo e os altos poderes econômicos e governamentais. As Guerras e revoluções diárias por uma fonte de vida de todos os seres humanos e seres vivos deste planeta.

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Escolhido Pelo Povo: A Eleição De Barack Obama



ESCOLHIDO PELO POVO: A Eleiçao de Barack Obama
(documentário)

No dia 20 de Janeiro de 2009, milhões de pessoas testemunharam a histórica posse de Barack Obama como presidente dos Estados Unidos da America. No entanto, poucos estiveram por perto nos momentos mais íntimos durante as horas e os dias que antecederam sua saudação à nação. A Sony Pictures lança com exlcusividade, um documentário que relata a odisséia rumo à Casa Branca trilhada por Barack Obama e uma dedicada equipe de trabalhadores. Confira:
Os bastidores da campanha, entrevistas, momentos familiares, o relacionamento com a equipe de comando da campanha, voluntários, a imprensa, eleitores e adversários.

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A VIDA SECRETA DE ADOLPH HITLER



A VIDA SECRETA DE ADOLPH HITLER
(documentário)

Uma visão aterradora e penetrante da vida de um monstro da humanidade. Adolph Hitler. Considerado a besta. O responsável pela morte de milhões de almas inocentes das formas mais sádicas e cruéis imagináveis e inimagináveis. Inclui entrevistas com a irmã do monstro e de leias comparsas nazistas que estavam ao seu lado no bunker nazista, nas últimas horas de sua deplorável vida. O filme ainda levanta questões como seu envolvimento com Eva Braun e outros aspectos de uma mente mórbida e doentia. Um filme feito logo após o final da guerra e que constitui valioso documento para se estender com o maior conflito armado do século XX.

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DE ARISTÓTELES A STEPHEN HAWKING: O Homem, A Alma, O Universo



DE ARISTÓTELES A STEPHEN HAWKING: O Homem, A Alma, O Universo
(documentário)

Será que o Universo teve um começo? Aconteceu mesmo um BIG BANG? O que é Espaço? Haverá uma Alma Universal? Para onde nos leva a mecânica quântica? Caberá o Universo inteiro dentro de uma molécula da mente humana? O que é Deus? Poderá o Homem participar da criação do mundo? Plantas e animais têm alma? Seremos todos eternos? Estas e outras tantas questões atuais têm sido, na verdade, levantadas por estudiosos ao longo de toda a história da humanidade.
Escrito, dirigido e apresentado pelo documentarista grego Paul Pissanos, DE ARISTÓTELE A HAWKING busca respostas na analise das teorias de filósofos clássicos, incluindo Pitágoras, Protágoras, Platão, Sócrates, Anaxágoras, Aristóteles e Plotino, sobre o “início do mundo”. O box com 12 episódios divididos em 4 DVDs apresenta, além de encenações, a participação de professores e cientistas dos campos da filosofia, física, astrofísica, matemática e teologia, tanto da Grécia quanto de conceituadas universidades internacionais.

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NOVE VIDAS: MANDELA



NOVE VIDAS: MANDELA
(documentario)

Mandela, um homem que tinha todo o direito de odiar, ensinou o mundo a perdoar. Numa série de entrevistas honestas e raras, concedidas por pessoas que o conhecem bem, revela-se o legado de Mandela. Aos 19 anos, Christo Brand começou a trabalhar como guarda na prisão da ilha de Robben, a Alcatraz da África do Sul. Ele foi incumbido de vigiar o homem que seus superiores chamavam de “o maior terrorista da história da África do Sul”. Mas ao longo dos 19 anos que lá permaneceu, ele formou um amizade tão profunda com Mandela que colocou por terra todas as suas crenças racistas. A transformação de Adriaan Vlok, ministro mais temido da Ministério da Lei e da Ordem, também foi chocante. Ele era encarregado de reprimir manifestantes negros usando a força. Seu mundo caiu com o fim do apartheid, mas foi Mandela que lhe mostrou um novo caminho. Hoje, Vlok o chama de santo. Há muita emoção quando a filha de Mandela admite que queria seu pai só para si, mas percebeu a importância de dividí-lo com o resto do mundo. O ex-presidente De Klerk confessa que Mandela teve enorme impacto sobre sua vida pessoal e profissional: uma vez seu inimigo, agora um parceiro na paz e no perdão. Essas histórias, tocantes e transformadoras, falam de um despertar político, da longa luta pela justiça social e sobretudo, pela remissão.

parte 1 parte 2 parte 3

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ERNESTO "CHE" GUEVARA



ERNESTO "CHE" GUEVARA
(documentário)

Ernesto Che Guevara foi um dos protagonistas da história do século XX. Passados décadas de sua morte, ele continua mais vivo do que nunca no imaginário coletivo e nas lendas da América Latina, como a esperança de libertação para todos os povos oprimidos do mundo. Utilizando raras imagens de arquivo, incluindo todo o material disponível no acervo estatal de Cuba, Ernesto “Che” Guevara é um excelente filme histórico que acompanha todas as etapas da vida desse grande mito: da sua juventude na Argentina à sua trágica morte no interior da Bolívia, passando por sua legendária campanha como revolucionário. Além disso, muitos aspectos de sua vida pessoal são revelados. A trilha do filme é composta de um belíssimo cancioneiro de músicas latinas e internacionais, dedicadas a Che.

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HOME - O MUNDO É A NOSSA CASA


HOME - O MUNDO É A NOSSA CASA
(Documentário)
No documentário “Home”, Yann Arthus-Bertrand leva-nos numa viagem original à volta da Terra, para que possamos contemplá-la e entendê-la. “Home” vai ajudar-nos a perceber a nossa relação com o nosso planeta. Serão revelados, em simultâneo, as preciosidades que ela nos oferece e as marcas que deixamos para trás, com um único objectivo: encorajar-nos a proteger o nosso Mundo!

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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

COMUNICADO CAGEO - EREGENE

COMUNICADO CAGEO
Centro Acadêmico de Geografia
Universidade Estadual Vale do Acaraú- UEVA

O centro Acadêmico de Geografia da Universidade Estadual Vale do Acaraú- UEVA, comunica que o pagamento para o ônibus que irá ao EREGENE terá sua segunda prestação dia 20 de outubro (50 R$) e transcorrerá durante a semana, maiores informações consultem os organizadores competentes do transporte (Hortência, Valdelúcio e Alana), por isso não atrasem, sua confirmação no ônibus será mediante o seu pagamento. Com relação aos alunos que estão inseridos na lista de reserva o colaborador Valdelúcio e Alana estão medindo esforços para conseguirem um micro-ônibus. Mesmo com esse porém, solicitamos que continuem a prestar contas com os organizadores competentes afim de garantir em termos ainda indefinidos sua vaga no micro-ônibus. Maiores informações consultar o Centro Acadêmico. Muito obrigado.

Eduardo de Sousa Marques
Coordenador Geral do Centro Acadêmico de Geografia UEVA

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sábado, 25 de setembro de 2010

Ratzel e o Estado Alemão

Ratzel e o Estado Alemão

No último quartel do século XIX, a confederação germânica, vivia um momento entre os ideais revolucionários e a disputa pela hegemonia dentro da confederação. Esta disputa era travada pelo império Austríaco e o Reino da Prússia, que logo em 1866 se confrontaram na guerra civil alemã, onde saía vencedora a Prússia, e dando um grande avanço para promover a unificação do estado, mesmo dividindo a confederação germânica em Alemanha do Norte e Estados do Sul, lembrando que o norte era organizado a partir de uma política militar, e o sul era ligados aos ideais democratas.

Mas, em 1871 com o fim da guerra Franco-prussiana, soma-se mais uma vitória do primeiro-ministro prussiano Otto Von Bismarck, que conquista não apenas o território Alsácia-Lorena, mas é quando ocorre a tão esperada e buscada unificação da confederação germânica, e se constitui o "novo estado". Logo toda a Alemanha, repassa ao seu corpo, a grande influência militar bismarckiana.

Naquele momento histórico, a ascensão dos ideais nacionalista-chauvanistas se entrelaçavam com o início do capitalismo, dos avanços da industrialização, da revolução industrial, solidificando o período neocolonial. A Alemanha "Bismarckiana", tem como alicerce um projeto imperial expansionista de desenvolvimento.

Neste momento histórico, Ratzel, aparece como um grande intelectual e explicador dos própositos do líder de sua nação. Conforme MORAES (2005, p.67), "A geografia de Ratzel foi um instrumento poderoso de legitimação dos desígnios expansionistas do Estado Alemão recém-constituído", sendo de grande importância entender a geografia ratzeliana para buscar melhor compreensão do espaço, e se ter uma ferramenta de grande apoio para expansão territórial. A existência de uma sociedade está representada em território, ou seja, para Ratzel a perda de território aponta a decadência de uma sociedade, e para a sociedade progredir, avançar, ela precisaria conquistar novas terras (RATZEL, 1990, p.180), com base nessa idéia, os ideais bismarckianos são justificados pela geografia ratzeliana.

A Geografia de Ratzel

O momento histórico até aqui descrito e a geografia ratzeliana, estão intimamente interrelacionados. E neste contexto histórico que Friederich Ratzel, elaborou uma geografia funcionista ao território, intimamente ligada às relações de poder, de domínio da terra, retratando a figura do "Estado", em outras palavras quando a sociedade se organiza para defender o seu território se transforma em Estado.

Vale ressaltar que o expansionismo, era o grande modo de pensar/agir dos reinados daquele época, onde a relação com o "a propriedade da terra", servia para auto-reconhecimento imperial. Justificando essas colocações, segundo MORAES (2005. p.70),

Ratzel elabora o conceito de 'espaço vital'; este representaria uma proporção de equilíbrio de uma dada sociedade e os recursos disponiveis para suprir suas necessidades, definindo, portanto, suas potencialidades de progredir e suas premências territoriais.

Ratzel pensava Geografia, a partir das ideias expansionista de sua época, nesse pensamento o conceito de território é fundamentalizado. O geógrafo, Paulo César da Costa Gomes, em seu livro "Geografia e Modernidade" (1996, p.188), fala sobre Ratzel e a relação recíproca do homem com a terra, no seguinte texto:

A análise de Ratzel descrevia vários gêneros de dinâmicas territorais, tentando traçar um quadro geral ou um modelo para essas dinâmicas. Ele se interessava sobretudo pela relação solo/cultura e pensava ser capaz de estabelecer leis regulares explicativas, isto é, seu objetivo final era costituir uma teoria espacial positiva.

É verdade que Ratzeltem como seu objeto principal de estudo "a relação de poder e a terra", em outras palavras a formação do território. Vale ressaltar que Ratzel tem sua formação inicial universitária naturalista, por isso, ele sempre faz em seus estudos a relação do homem com "a terra". É na sua formação inicial acadêmica que Ratzel e suas idéias se integram com as teorias evolucionistas darwinianas, contribuindo para a concepção do determinismo geográfico, um deteminismo com base na relação entre o "ser" e "meio". Segundo GOMES (1996. p.188),

Desta forma, o pensamento de Ratzel teve um papel de mudança paradigmática nas concepções geográficas. Através da idéia de inter-relação e conexão entre o seres vivos e seus meios naturais, Ratzel, influenciado por Haeckel, propõe um perspectiva nova para o determinismo geográfico. Neste caso, a idéia de causa e efeito imediatamente determináveis é substituída por uma determinação produzida ao longo de um processo de evolução e de diferenciação". Para Peet, a geografia científica moderna nascia a partir do "determinismo ambiental".

Não é à toa que Ratzel é conhecido como o "pai do determinismo geográfico" e o "pai da geopolítica". Para MORAES (2005, 71),

Outro desdobramento da proposta de Ratzel manifestou-se na constituição da Geopolítica. Esta corrente, dedicada ao estudo da dominação dos territórios, partiu das colocações ratzelianas, referentes à ação do Estado sobre o espaço. Estes autores desenvolveram teorias e técnicas, que operacionalizavam e legitimavam o imperialismo. Isto é, discorriam sobre as formas de defender, manter e conquistar os territórios.

É no contexto histórico alemão, que o desenvolvimento da ciência geográfica para Ratzel ganha sentido, pois, é na geografia que a formas (e relações) de poder são representadas no espaço, e assim deve ser estudada. Porém não apenas as relações humanas, mas, as relações do homem com e o meio (natureza).

Deve-se sempre lembrar que a principal obra de Ratzel, "Antropogeografia", retratava com grande expressividade a relação do homem com o meio.


Referências Bibliográficas

CHRISTOFOLETTI, Antônio. PERSPECTIVAS DA GEOGRAFIA. São Paulo, Ed. DIFEL, 1982.


GOMES, Paulo Cesar da Costa. GEOGRAFIA E MODERNIDADE. Rio de Janeiro, Ed. Bertrand Brasil, 1996.


MORAES, Antônio Carlos Robert. GEOGRAFIA - PEQUENA HISTÓRIA CRÍTICA. São Paulo, Ed. HUCITEC, 1983.

MORAES, Antônio Carlos Robert (ORG.) RATZEL – COLEÇÃO GRANDES CIENTISTAS SOCIAIS Nº59, São Paulo, Ed. Ática S/A. 1990.


Valdelúcio Fonseca. Graduando em Geografia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú - UEVA. Bolsista de Iniciação Científica pela Fundação Cearense da Apoio à Pesquisa - FUNCAP.

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A crise do capitalismo e globalização

A crise do capitalismo e globalização

As relações capitalistas de produção que surgiu de um processo bastante longo desde a transição do sistema feudal até de fato chegar à hegemonia do capitalismo. Na verdade o objetivo real do sistema capitalista de produção foi realmente conseguir auges e dessa forma expandir pelo mundo, quando as cidades começaram a crescer e daí então existir a necessidade de produzir alimentos e produtos em geral cada vez mais em grandes quantidades para abastecer os mercados, porém o capitalismo foi abrangendo cada vez mais as nações que de certa forma abriam brechas para a sua entrada, principalmente os países europeus e americanos que são os divulgadores do capitalismo no mundo.
Com a mundialização do capital de produção o capitalismo foi conquistando cada vez mais outros mercados de novos países. Assim, a indústria uma das ferramentas para o capitalismo, pois é através dela que consegue a produção industrializada com muito excedente destinado à exportação. Sobre estes pressupostos e paradigmas do sistema capitalista e de produção cresceu a divisão do trabalho com a larga implementação de indústrias no setor de produção para fins de exportação e aquisição do capital que de certa forma servirá para fortalecer a economia local ou não, pois muitas vezes as indústrias são instaladas em um país e capital produzido no país de origem e não onde o capital está sendo produzido. Assim sobrevive-se da exploração dos operários que recebem salários baixos e uma carga horária muito alta. Como um bom exemplo; o Brasil que em 1950 com processo fortíssimo de industrialização havia uma exploração ferrenha, onde os operários não contava com nenhuma lei trabalhista que os defendessem da caótica situação queviviam, para se ter uma idéis eles trabalhavam 12 horas por dia, eram homens, mulheres e crianças. Tudo isso por conta do sistema capitalista cruel que imperava em nosso país. Então, se por um lado o capitalismo trouxe desenvolvimento por outro trouxe exploração, pois favoreceu o crescimento e enriquecimento da burguesia capitalista e ao mesmo tempo reproduzia as desigualdades sociais e inquietação na classe dos exploradores e dominados, por o povo sem nenhuma dúvida eram submissos ao capitalismo de produção.

Quando se fala em crise do capitalismo para muitos autores, estudiosos como Runtington, Ariosvaldo dentre outros o capitalismo continua firme e que a sua crise, na verdade, não é uma crise, pois quando acha-se que está em crise ele consegue levantar e

muito forte.

Portanto é difícil dizer que o capitalismo está em declínio, pois ele está sempre reerguido, porém a crise existe de fato para os operários que convivem no capitalismo, mas não usufruem do mesmo, porque são apenas explorados, vende barato a sua mão de obra e acabam não suprindo as necessidades básicas, como por exemplo: alimentação, saúde, vestuário e educação. Dessa forma o capitalismo reproduz a mais valia e se apropria dela, excluindo uma parte da sociedade que vive a margem do sistema capitalista, sendo duramente explorados sem direito às condições básicas de sobrevivência.

A crise do capitalismo não é observada em nenhum país desenvolvido como os países da Europa, EUA, Japão dentre outros com menores destaques, porém nos países tidos como países de terceiro mundo, concerteza sofrerá a crise com a queda das bolsas de valores e, sobretudo, por não conseguir competirem com as grandes economias mundiais, pois as potências mundiais são os dominadores e acabam falindo as pequenas economias, principalmente na exportação de produtos com mais qualidades e com custos para o consumidor mais baixos, descontando assim os nacionais.

Para sustentar o capitalismo das grandes potências mundiais, sobretudo, para não sofrer crises no capitalismo, eles tentam de todas as maneiras a implementação da globalização no mundo. Dessa forma, as economias dos países pobres serãoos alvos para receber as crises do sistema capitalistas, pois são os primeiros a perceberem e sentir as quedas na economia. Nesse domínio os Estados Unidos procura impor a globalizaçãodo mundo, porém cria uma série de restrições para a importação, dificultando os países pobres a exportar seus produtos que na grande maioria são agrícolas, baratos, enquanto ele consegue exportar para quase todos os países produtos industrializados mais caros e muitosvezes com a matéria prima do país para o qual exporta determinado produto.

Porém as nações atualmente estão mais organizadas politicamente e geograficamente não suportando todas as restrições dos EUA e procurando de certa forma a conquistar seus próprios mercados. Segundo Vicentino os Estados Unidos vem perdendo território desde o final da segunda guerra mundial e que com a criação da União Européia unificando uma única moeda os EUA de fora o seu declínio tem sido cada vez maior e que o mesmo terá que se aliar aos países da Europa se querer continuar crescendo.

A globalização da economia- mundo, sendo importante quando se refere a globalização da informação e do conhecimento técnico-cientifíco, por outra vertente tem prejudicado os países pobres tratando da globalização da economia em geral. A partir desses pressupostos é que muitas economias do mundo sofremo efeito das crises do sistemacapitalista e de produção, como por exemplo a queda nas bolsas de valores e aumento dos números risco do país dentre outras conseqüências geradas internamente nesses países. Dessa forma pode se dizer que a globalização da economia – mundo sepor uma lado favoreceu o crescimento, por outro lado o dos dominados ficou com a economia estagnada ou melhor dizendo não conseguiu crescer a pesar de abrir as portas do mercado para os países desenvolvidos como EUA, Japão e os países da União Européia. Tudoisso causado pela forte concorrência de produtos importados dos países ricos, como eles podem desenvolverem produtos mais baratos e com maior qualidade dos nacionais, as empresas nacionais saem perdendo para os importadores dos grandes mercados internacionais. Dessa maneira os países pobres vam- se enterrando numa crise do capitalismo se tornando numa bola de neve.

Mesmo se enfrentando restrições impostas por países ricos, principalmente dos Estados Unidos e União Européia, alguns países do chamado terceiro mundo conseguem obter crescimento econômico, porém nunca chega às metas previstas pelos governos e mais uma vez inicia uma luta para vencer a crise e reerguer a economia. Assim os governos investem em publicidade para atraíres empresas multinacionais e funcionam evidentemente, mais grande parte do capital produzido é investido nos países de origem das empresas ou em outros países abrindo filiais ou mesmo importando mão de obra especializada dos países de origem, enquanto que os cargos de menores qualificação profissional são ocupados por pessoas do país onde determinada empresa foi instalada, um exemplo foi o que o governo brasileiro Fernando Henrique Cardoso de Mello fez quando assumiu a presidência da República, vendeu grandes empresas que eram administradas e mantidas pelo Estado, a grupos estrangeiros, empresas como as de eletricidade e comunicação que produzia muito lucro ao Estado e que garantia o emprego de muitos brasileiros, porém atualmente os grandes cargos dessas empresas estão sendo assumidos por especialistas vindos dos países de origem dos compradores das mesmas.

Assim o lucro produzido não é aplicado todo no Brasil, mas sim, investido fora do país, servindo para fortalecer as economias de outros países que nos explora. Então muitas vezes a política implementada pelos governos dos países pobres não os favorecem, mas a outros que usufruirão dos mesmos para cresce suas economias.

Dessa forma, "as relações, os processos e as estruturas de apropriação econômica são sempre também de dominação política"(Otávio Ianni. A sociedade global. 1992. p 138), sobre estes paradigmas da economia – mundo os governos dos países pobres muitas vezes se sedem tanto que prejudicam o próprio desenvolvimento, enquanto outros se fecham chegando ao ponto de ser ocupado por nações poderosas que possuem interesses no território dos, estes, são para benefício e domínio dos mesmos e não para favorecer a economia local, como exemplo; a ocupação dos Estados Unidos no Iraque, pois altamente produtor de petróleo, porém com uma população pobre. Então o grande interesse dos EUA, sem dúvida, é conseguir o petróleo já que ele é um país que apesar de ser um grande produtor também é o maior consumidor, chega aconsumir 94% do que produz. Com o pequeno excedente corre um grande risco de sofrer com a falta de produto, daí essa pode ser um dos motivos da ocupação no Iraque, porém eles alegam outros motivos como o de tornar o Iraque num país democrático e numa república.

Caso houvesse a falta do petróleo nos Estados Unidos seria uma forte crise, pois o mesmo seria preciso importar produto e ficaria dependendo de outros países onde produz Como não querem isso, é melhor usar estratégias para conquistar territórios que possuem o que querem encontrá-lo .

Segundo Huntington estudos demonstram que este mundo globalizado já não mais admite que exista uma única potência a dominar o mundo. Os Estados Unidos vem perdendo o poder desde o final daSegunda Guerra mundial e separado da União Européia será difícil de continuar dominando. Dessa forma a crise do capitalismo pode chegar aos países ricos também, se não já chegou. No mundo com economia globalizada os pequenos são devorados por não conseguir competir com igualdade com os fortes capitalistas. A partir da globalização da informação o mundo ficou pequeno e cada vez mais o cenário da economia – mundo muda e a realidade de cada nação se depara com as mudanças de domínio econômico, político e poder.

Bibliografia

IANNI, Otávio. A sociedade global. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1992.

CHESNAIS, François. A mundialização do capital. Ed. Xama, 1996. (Tradução de Silvana Jinzi Foá).

Oliveira, Ariosvaldo; Modo capitalista de produção e Agricultura. Editora Ática, São Paulo,

1986.

VESENTINI, José Willian. Novas geopolíticas. São Paulo; contexto, 2004.


LUCINEIA SOARES FREIRE. Graduada do curso de Licenciatura Plena em Geografia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia- UESB, 2009. Técnica em Meio Ambiente do Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia, CEFET-BA.

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GEOGRAFIA DA DESOLAÇÃO

GEOGRAFIA DA DESOLAÇÃO
Odaci Lima


O desenvolvimento econômico,no Planeta Terra, obedece a um processo evolutivo a que estamos, todos, submetidos. Diferentemente do que ocorre com o processo político, em que a intervenção do homem deve ser mais cautelosa, no processo econômico os fatores humanos "pressentem" maior liberdade de ação, desde que não constitua obstáculo à manifestação dos fatores imponderáveis.
Para os fins a que se propõe o presente trabalho,definimos subdesenvolvimento como o estado em que a população de um país ou região submete-se, por falta de recursos, a restriçõas contínuas quanto ao uso e consumo de alimento,habitação,saúde,segurança, cultura,transporte, energia elétrica, saneamento básico e água tratada, até os limites do suportável; ou quando, embora distante destes limites, esteja em posição de inferioridde em relação a outros, mais desenvolvidos, onde estas restrições são quasi inexistentes ou incidem com menor intensidde. Assim sendo, pode-se dizer que desenvolver é suprimir restrições vitais.
Realmente, é uma infelicidade que 1,5 bilhão de pessoas, no mundo, estejam sobrevivendo em condições que as situam abaixo da linha de pobreza absoluta.(ALMANAQUE ABRIL,2000)1 Isto significa fome, mortalidade infantil, ausência de escolas, moradias, atendimento médico-hospitalar, saneamento básico e auto-respeito. E não há boa vontade ou boa política capaz de resolver o grave problema sem que, antes, haja um crescimento da produção e da renda per capita nos paises e regiões onde os índices sociais sejam indicativos de baixas condições de sobrevivência."Mesmo os que não passam propriamente fome ou que, a bem dizer, não são doentes", diz um especialista, "vêm-se obrigados a uma existência extremamente frugal, sendo negado à maioria qualquer tipo de luxo, de variedade de alimentação ou de modo de vida. Estão fadados a ansiar por uma melhora de condições, não importa qual possa ser sua perspectiva de vida". (TINBERGEN)2
Na Região Nordeste do Brasil, onde se encontram nove estados (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraiba, Pernambuco, Alagoas, Bahia e Sergipe) ocupando mais de 1,5 milhão de quilômetros quadrados, os índices sociais são muito baixos. Segundo o Almanaque Abril, encontram-se,aí, as 150 cidades brasileiras com maior taxa de desnutrição. Para quem se preocupa com problems de subdesenvolvimento em regiões de ecologia frágil, como é o caso da Zona Semi-Árida do Nordeste,o Polígono das Secas, as considerações acima devem ser objeto de profunda reflexão. Nessa área,onde são escassos os recursos de água, solo e vegetação, não devem ser esquecidas técnicas de manejo de recursos hídricos e pasto, e de preservação em agricultura. As matas que margeiam os rios, bem como suas fontes, também merecem proteção. E devem-se evitar o emprego de agrotóxicos e fertilizantes químicos,priorizando o emprego de adubos orgânicos.
Sei que é preciso muita coragem para assumir a responsabilidade de propor a busca de uma identidade própria para a agricultura sertaneja. Se o nosso clima é diferente, temos que nos adaptar a esta diferença, a partir da comcepção de uma política realista.
Foi Otomar de Carvalho quem melhor descreveu o Nordeste do Brasil como uma região problema. "Não é difícil compreender que uma área, com ampla extensão territorial, que apresenta escassas ou reduzidas disponibilidades de recursos naturais, seja abundante em mão-de-obra,com qualificações pouco diversificadas, e pobre em tenologia, e que, além do mais,seja submetida a crises climáticas constantes, embora descontínuas,possa ser caracterizada como uma área problema".(CARVLHO)3 Sem discordar do mestre, desejaríamos apenas acrescentar que, especificamente, o enunciado caracteriza melhor o Polígono das Secas do que o Nordeste Amplo.

Se para Yves Lacoste a geografia do Terceiro Mundo é uma geografia das discordâncias, para nós,nordestinos, a Geografia do Polígono das Secas é uma geografia da desolação.
Fora de qualquer pretenção determinista, é difícil negar a influência do meio geográfico na diferenciação do crescimento. Observe as cinco regiões em que foi dividido o País: Enquanto na Região Norte encontra-se a maior bacia hidrográfica do mundo, a maior parte do Nordeste está circunscrita ao Polígono das Secas, caracterizado por uma isoieta de 600 mm. Em seu interior, correm alguns rios temporários, exceto o São Francisco e o Parnaiba, cujas bacias deveriam ser excluidas do Polígono, por constituirem áreas úmidas muito extensas.
A rara ocorrência de minérios também é limitante. Nunca tivemos,aqui, uma Serra Pelada,uma Carajás, uma Bacia de Campos, e muito menos uma camada de petróleo no Pré-Sal. Mas isto não diz tudo. A verdade é que a história econômica do Nordeste está associada ao fenômeno das secas periódicas. E como ainda não foi possível tornar a economia nordetina resistente às secas, a geografia desta região é estarrecedora, é de desolação.
Pode-se definir a seca como uma drástica redução da precipitação pluviomátrica que costuma ocorrer na metade interiorana do Nordeste (o Polígono das Secas) a que estão sujeitos, parcialmente,os Estados que compõem a região e alguns municípios do Norte de Minas Gerais. Não esquecer que 97% do Ceará está incluido nêsse Polígono. A incidência deste fenômeno aniquila a produção agrícola na área afetada, dizima o gado e causa sofrimento à população, que, então, se submete à falta d'agua, alimentação e outras restrições, inclusive o inaaceitável óbito.
Mas nem sempre o fenômeno assume esta característica. Há ocasiões em que as chuvas alcançam a média histórica da precipitação, porém distribuida irregularmente, com relação à série temporal. É quando ocorre atraso do inverno (como o sertanejo chama a estação chuvos) ou chove muito nos primeiros meses, ficando a insuficiência de chuvas para os meses seguintes, como está ocorrendo neste ano, no Ceará.(2010) Em ambos os casos, as plantas cultivadas ficam seriamente prejudicadas,mas ficam garantidos o abastecimento d'agua à população e a pastagem do gado.
No caso, porém da seca real, quando as precipitações não alcançam níveis próximos da média histórica, o prejuizo alcança todos os setores, inclusive o humano. Abrem-se as porteiras dos currais e o gado é entregue à própria sorte. E as famílias, também. É a desolação.
Se a economia do Nordeste é de desolação, a estatística da seca só manipula orrores. Não há geógrafos, economistas ou estatísticos materialistas, quando falam do Nordeste. Sinta isto ao ler as palavras de um ex-presidente do BNB, um dos homens que derramaram suor e lágrima, a fim de minorar o sofrimento deste povo infeliz:"A seca provoca inicialmente uma crise de desemprego. A falta ou escassez de chuva e a frustração dos plantios, faz com que os fazendeiros despeçam seus trabalhadores, moradores, meeiros e agregdos, os quais imediatamente procuram emprego nas "frentes de trabalho" de emergência, que o Governo é obrigado a abrir. Os minifundistas e pequenos agricultores são, também, levados a abandonar suas terras, quando não há mais possibilidades de obter colheitas. (...) Esta crise de desemprego se desencadeia com grande rapidez, podendo haver dezenas ou centenas de milhares de desocupados em poucas semanas" (DA COSTA)4. Por isso achamos justificavel que quando alguém encontre um sociólogo, economista, geógrafo ou engenheiro que trabalhe ou tenha trabalhado em repartição comprometida com os trabalhos de combate aos efeitos das secas, tire-lhe o chapéu.
Fala-se em combate aos efeitos das secas, mas estes efeitos são duradouros e as consequências de uma são acumuladas com as da seguinte.
Já vimos quais são os danos que ela causa à economia, ao ambiente e seus aspectos sociológicos. Os açudes médios e pequenos secam, a agricultura não resiste, o rebanho de gado mingua e as pequenas propriedades são absorvidas pelas maiores, negociadas, que são, por preço de oportunidade,contribuindo, assim,com o aumento da concentração de posse da terra. Ninguém vai trazer, de volta, o sítio da família, o roçado perdido e o gado dizimado, nem pagar os empréstimos que os fazendeiros fizeram, para fins de custeio e investimento E quem fará ressurgir das cinzas as vidas humanas que a seca seifou? Além do mais,a seca, imprevisível,é um perigoso elemento surpresa. O que é possível fazer é tornar o Polígono mais resistente a este fenômeno meteorológico, o que o DNOCS está tentando, desde 1909, quando foi fundado com o nome de Inspectoria Federal de Obras Contra as Secas (IFOCS).Infelizmente os reursos a ele destinados não têm sido suficientes.
Os objetivos-meios devem ser definidos com seriedade, e o traço de união entre eles e o objetivo-fim é a resistência às secas, em que a geração de empregos não dependentes dos fatores climáticos, em percentual superior ao do crescimento da população, assume papel de destaque. Há, portanto, que se aumentar e consolidar a participação da indústria e serviços na formaçõ do PIB, e executar um plano de irrigação tão sério quanto o que foi feito no vale do São Francisco, na déca de 60. Justifica-se, isto, pelo fato de que, em se tratando de agricultura, água é fator de produção.E é o que mais falta no Polígono.
É natural que, numa região que sofre variadas formas de limitações, o poder público intervenha no sentido de evitar ou atenuar desequilíbrios e disparidades de crescimento. No caso do Nordeste, porém, a política do Governo Central,via SUDENE, que deveria ter-se orientado para anular ou corrigir desequilíbrios, funcionou como elemento de reforço de desenvolvimento diferenciado, ao privilegiar alguns estados da Região. No nosso entender, isto foi a causa de não havermos obtido melhores resultados, em matéria de desenvolvimento, como resposta aos incentivos, valiosos, então dispostos pela Nação.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1)ABRIL, Almanaque, volume Mundo,Editora Abril, São Paulo SP,2000.

2)TINBERGEN,Jan:"Desenvolvimento Planejado",Zahar Editores, Rio de Janeiro, Rio, 1975.

3)CARVALHO,Otomar de:"Ações no Campo do Desenvolvimento Regional". Revista Econômica do Nordeste,ano V, vol.17, Fortaleza-CE, 1973.

D4)DA COSTA Rubens Vaz."A Economia do Nordeste e o Desenvolvimento Nacional". BNB, Fortaleza-Ce,1968.

Fonte: http://www.webartigos.com/articles/44605/1/Geografia-da-Desolacao/pagina1.html#ixzz0wOXMLRYl

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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

SOCIEDADE FRAGMENTADA, ESPAÇO SOCIAL FRAGMENTADO

SOCIEDADE FRAGMENTADA, ESPAÇO SOCIAL FRAGMENTADO

A sociedade está fragmentada. Essa afirmação encotra guarita nos diversos segmentos da sociedade, exceto, a “classe gestora” que, ao que parece não demonstra sensibilidade diante do “caos” que (des) envolve a sociedade e afeta, sobretudo, os mais pobres que ao longo do processo de construção da sociedade brasileira foram marginalizados devido à “natureza” do modo de produção capitalista “cultivado”, expropriou abusivamente grande parte da população ausentando esta da pauta de intenção do Estado.
A classe pobre brasileira encontra-se neste início de século XXI, portanto, desprovida de recursos suficientes para suprir suas necessidades imediatas como: alimentação, educação, saúde e lazer tendo como alternativa, o contemplamento com as políticas “paternalistas” adotadas pelo Estado. As condições objetivas de trabalhos quando existentes são geralmente precáreas e, insuficientes, para etender uma demanda cada vez mais crescente da população citadina o que contribui para o acúmulo da marginalidade urbana. As populações das cidades (grandes, médias e pequenas) por sua vez, buscam alternativas para sobrevivência no circuito inferior da economia . A marginalização crescente dos jovens conduz estes (os mais pobres) ao encontro da criminalidade sendo geralmente coagidos pela ação violenta imposta pelo narcotráfico, e, a prostituição infantojuvenil, fato que revela o desamparo e o estado mais decadente que o ser humano é submetido quando vítimado por uma sociedade que se inspira na expropriação como norma de convivência.
Nas periferias pobres das cidades, os jovens geralmente são lançados nas condições de busca pela sobrevivencia. São condições impróprias, pois a busca pelo pão substitui a busca pelo saber e o ESTADO, alega não dispor de recursos suficientes para investir em setores estratégicos já supramencionados, os quais não sendo priorizados, testificam da intenção do Estado despota de sustentar as pessoas em uma condição de vida perpetuamente subalterna.
As pespectivas da sociedade brasileira no que concerne à construção de uma sociedade mais coesa, ainda são bastante acanhadas, más, isso não significa dizer que serão inalcançadas. Basta tão somente que algumas metas sejam postas em pauta, (exequível) para que numa pespectiva de médio e longo prazo a sociedade brasilira possa dar um salto qualitativo e, por conseguinte apresente diminuição mais significativa na diferença (socioeconômica) que separa as pessoas. Sendo elas:
1- a educação libertadora – aquela que prepara o homem para o exercicio e vivência da cidadania, isto é, a educação capaz de legar ao educando, a consciência da coletividade, do respeito mutuo, que faz brotar o sentimento de solidariedadereciproca capaz de estabelecer laços de união entre homens e mulheres espelhando então uma sociedade que embora se conserve conflituosa, não seja gladiadora.
2- O trabalho digno – As condições de trabalho sem superexploração, com salários dignos é um fator de extrema relevância para diminuição das lacunas que separam os homense mulheres na contemporaneidade. Pois, é sabido que, com a ausência da oferta de emprego, tende a crescer consideravelmente a marginalização do individuo como anteriormente abordado e a sociedade experimenta o dessabor de outro problema que deriva-se do desemprego – o alargamento dos bolsões de miséria – tendo como componentes de (des) construção do ser humano, o crime, (neste caso incitado) bem como a perpetualização da pobreza quase absoluta cujas consequencias seriam redundantes comentá-las.
Em marcha, na crença de cosntruir um amanhã diferete, prosseguimos alimentando a certeza de que as diferenças (socioeconômicas) entre os seres humanos embora uma seja apresentada e, comcebida por muitos como uma realidade intocável, pode ser modificada a partir de uma tomada de conciência que catlisa a corrida para o enfrentamento das contradiçõespresentes na reprodução da sociedaade e do espaço, que parece difundir-se cada vez mais em meio àqueles que experimentam no cotidiano a escassez más diante dela não se desfalecem, pois sabem que outra realidade é possivel.

Herculano Candido de Sousa Neto
Professor licenciado em Geografia pela Universidade Estadual da Paraíba. Atua na associação dos geógrafos brasileiros seção Campina Grande / PB desde 2006 e, atualmente exerce o cargo de Presidente da mesma (gestão 2008-2010).



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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

CONVITE CA's

Convite,

Companheiros do Movimento Estudantil convidamos a todos os C.As para participarem da 2ª reunião entre C.As a mesma será realizada no dia 30 de Setembro Às 19:30hs no campus da Betânia na sala de Núcleos do Curso de Pedagogia. Na reunião trataremos de assuntos que com certeza é do interesse de todos, ressaltamos mais uma vez que essa reunião é uma iniciativas dos próprios C.As e não do DCE.

agradecido.

Obs: A sala de Núcleos da Pedagogia fica antes da Imprensa Universitária.

Marcos Adriano B. de Novaes
Presidente do CAPED - UEVA Curso de Pedagogia

Executiva Estadual de Pedagogia - CE

(88) 9605 - 4108 / (88) 9405 - 4783

Universidade Estadual Vale do Acaraú - UEVA
Campus BETÂNIA - 3677-4251

Sobral - CE

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A REVOLUÇÃO NÃO É TAREFA DE PARTIDO

A REVOLUÇÃO NÃO É TAREFA DE PARTIDO

(OTTO RUHLE)



Texto publicado em KAOS #5. 03/1999 (boletim aperiódico e experimental do Grupo Autonomia), apresentando o seguinte cabeçalho:

Otto Ruhle nasceu em 1874, em Freiberg, na Alemanha, e morreu em 1943, no México. Sua atividade revolucionária, no movimento operário alemão, esteve sempre ligada a de pequenos grupos e minorias, dentro e fora das organizações oficiais. Sem identificar-se totalmente com nenhuma organização, Otto Ruhle jamais perdeu de vista os interesses gerais da classe operária, qualquer que fosse a estratégia que viesse a apoiar num determinado momento. Não considerava a organização como um fim, mas como um meio para a criação de novas relações sociais que permitissem e estimulassem o mais completo desenvolvimento dos indivíduos.

Entusiasticamente, como Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo, Ruhle saudou a derrubada do czarismo, mas sem abandonar sua atitude crítica quanto ao caráter jacobino-militarista do partido bolchevique e aos limites hitóricos da revolução russa. No texto que abaixo reproduzimos (publicado originalmente em Die Aktion), escrito após seu retorno do segundo congresso mundial da Terceira Internacional, ocorrido em Moscou, em 1920, Otto Ruhle reconhece o estado de coisas instaurado pela ditadura bolchevique, a contra-revolução triunfante na Rússia, e a necessidade imediata de combater a Internacional burocratizada, no interesse da revolução proletária mundial.

I

O parlamentarismo surgiu com a dominação da burguesia. Com o parlamento, vieram os partidos políticos. A burguesia, que encontrara no parlamento a arena histórica para suas disputas com os reis e a aristocracia, organizou-se politicamente e deu à legislação uma forma correspondente às necessidades do capitalismo.

Mas o capitalismo não é homogêneo. As camadas e os grupos de interesse no interior da burguesia expressam suas reivindicações de naturezas diversas. Para encaminhar essas reivindicações, nasceram os partidos, com seus representantes nos parlamentos. O parlamento transformou-se, assim, no lugar de todas as disputas: primeiro, pelo poder econômico e político: depois, o poder legislativo; e, finalmente, pelo poder governamental.

As lutas parlamentares, lutas entre partidos, não passam de batalhas verbais. Programas, polêmicas jornalísticas, panfletos, relatórios para as reuniões, resoluções, discursos parlamentares, decisões - palavras e nada mais do que palavras. O parlamento tornou-se um local para tagarelices (cada vez mais, à medida que o tempo passava). Desde o primeiro dia, os partidos nada mais têm sido do que máquinas de preparar eleições. Não por acaso, eram chamados inicialmente de “associações eleitorais". Burguesia, parlamentarismo e partidos políticos condicionam-se mutuamente. Cada um deles é necessário aos demais, marcando a fisionomia política do capitalismo.

II

A Revolução de 1848 foi abortada, logo no início. Mas o ideal burguês, a república democrática, triunfou, apesar da burguesia. Esta, impotente e covarde por natureza, capitulou diante da coroa e da aristocracia, e deu-se por satisfeita com o direito de oprimir economicamente as massas, reduzindo o parlamentarismo a uma paródia.

Restou para a classe operária o dever de enviar seus representantes ao parlamento. Esses representantes apossaram-se das reivindicações democráticas da burguesia. Mediante enérgica propaganda, tentaram inscrevê-las na legislação. A social-democracia atribuiu-se, com essa finalidade, um programa mínimo. Um programa de reivindicações atuais e práticas, adaptadas à sociedade burguesa. Sua ação no parlamento estava orientada por esse programa, além da preocupação de obter, para a classe operária e para sua atividade política, as vantagens de um campo de manobra legal, aperfeiçoando formalmente a democracia burguesa.

Quando Wílhelm Liebknecht propôs abandonar o parlamento (*), ignorava a situação histórica. Se a social-democracia queria ser eficiente como partido político, devia entrar no parlamento. Não havia nenhuma outra maneira de agir e de se desenvolver politicamente. Quando os sindicalistas se afastaram do parlamentarismo e pregaram o antiparlamentarismo, estavam honrando sua avaliação sobre a inutilidade e a crescente corrupção da prática parlamentar. Mas, na prática, exigiam da social-democracia algo impossível. Exigiam que ela tomasse uma decisão que colidia com a situação histórica; que a social-democracia renunciasse a si própria. Esta simplesmente não podia adotar tal ponto de vista. Tinha de ir ao parlamento, porque era um partido político.

III

Também o K.P.D. (Partido Comunista da Alemanha) se tornou um partido político. Um partido no mesmo sentido dos partidos burgueses, como o S.P.D. (Partido Social-Democrata alemão) e o U. S.P.D. (Partido Social-Democrata Independente alemão). Os chefes falam em primeiro lugar. Prometem, seduzem, comandam. As massas ou bases, quando estão presentes, encontram-se diante de um fato consumado. Têm de formar e marchar alinhadas. Têm de acreditar, calar-se e pagar suas cotizações. Têm de receber ordens e executá-las, obedientemente. Têm de votar nos candidatos do partido. Os chefes querem entrar no parlamento. Basta que se candidatem. Enquanto as massas são mantidas em submissão e passividade, os chefes fazem política no parlamento.

Também o K.P.D. quer entrar no parlamento. A direção do K.P.D. mente, quando diz que só pretende entrar no parlamento para destruí-lo. Mente outra vez, quando garante que não quer atuar positivamente no parlamento. O K.P.D. não destruirá o parlamento, como afirma, não só porque não quer fazê-lo, mas porque não poderia, ainda que o quisesse. Fará um “trabalho positivo" no parlamento, a isso é obrigado e assim o quer. Porque vive disso.

IV

O K.P.D. tomou-se um partido parlamentar como os outros. Um partido do compromisso, do oportunismo, da critica e da luta verbal. Um partido que deixou de ser revolucionário.

Observai-o. Comparece ao parlamento. Reconhece os sindicatos. Inclina-se diante da constituição democrática. Faz as pazes com o poder burguês. Coloca-se inteiramente no terreno das relações de forças reais. Participa na obra de restauração nacional e capitalista.

O que o diferencia do U.S.P.D.? Critica, em vez de negar. Faz oposição, em vez de revolução. Negocia, em vez de agir. Discute, em vez de lutar. Eis por que deixou de ser uma organização revolucionária. Tornou-se um partido social-democrata. Pequenas nuances o distinguem do S.P.D. (de Scheidemann) e do U.S.P.D. (de Daumig). É a reencarnação do U.S.P.D. Virá a ser, em breve, um partido do governo, como os de Scheidemann e Daumig. Este será o seu fim.

V

Resta um consolo às massas: sempre há uma oposição. Mas essa oposição não rompeu com a contra-revolução. Que podia fazer? Que faz? Unificou-se numa organização política. Era necessário?

Do ponto de vista revolucionário, os elementos mais conscientes, os mais ativos têm o dever de formar a vanguarda da revolução. Mas só podem cumprir esse dever como organização fechada, porque são o que há de melhor, são os revolucionários proletários. Dado o caráter fechado de sua organização, reforçam-se e adquirem um discernimento cada vez maior, manifestam sua vontade de ação face aos hesitantes e confusos. No momento decisivo, formam o centro magnético de toda a atividade. São uma organização política, não um partido político no sentido tradicional. A sigla do Partido Comunista Operário da Alemanha (K.A.P.D.) é o último vestígio - em breve, supérfluo - de uma tradição. Infelizmente, não basta um simples passar de esponja para apagar uma ideologia política de massas, há pouco tempo viva, mas hoje ultrapassada. Também esse vestígio será apagado.

A organização da vanguarda comunista da revolução proletária não deve ser um partido, sob o risco de morte, sob pena de repetir o que aconteceu ao K.P.D. A época dos partidos passou. (**)

O K.P.D. é o último partido. A sua bancarrota é a mais vergonhosa, o seu fim é o mais desprovido de glória e o mais indigno. Mas o que será feito da oposição? O que será feito da revolução?

VI

A revolução não é uma tarefa de partido. Os três partidos sociais-democratas (S.P.D.. U.S.P.D. e K.P.D.) consideraram a revolução como tarefa sua e proclamaram como seu objetivo a vitória da revolução.

A revolução é tarefa política e econômica da totalidade da classe operária Só o proletariado enquanto classe pode levar a revolução à vitória. O resto é superstição, demagogia e charlatanismo político.

Trata-se de conceber o proletariado como classe e desencadear sua atividade revolucionária, na mais ampla base e no mais vasto quadro. Todos os proletários aptos para o combate revolucionário, não importa a sua origem política nem a base em que atuam, devem ser reagrupados nas organizações revolucionárias de empresa e no quadro da A.A.U. (União Geral dos Trabalhadores).

A União Geral dos Trabalhadores não é um amontoado de indivíduos. É o reagrupamento de todos os elementos proletários, prontos para a atividade revolucionária, que se declaram a favor da luta de classes, da organização dos conselhos e da ditadura do proletariado. É o exército revolucionário do proletariado.

A União Geral dos Trabalhadores enraíza-se nas empresas e se constrói a partir dos ramos das indústrias, de baixo para cima, federativamente na base e organizada no topo por militantes confiáveis, revolucionários proletários. Desenvolve-se, de baixo para cima, a partir das massas operárias. Cresce em conformidade com elas: é a carne e o sangue do proletariado, a força que lhe dá impulso, o sopro incandescente da revolução. Não é uma criação de chefes. Não é um partido político, com tagarelice parlamentar e burocratas remunerados. Tampouco é um sindicato. É o proletariado revolucionário.

VII

Que fará o K.A.P.D? Criará organizações revolucionárias de empresa. Propagará a União Geral dos Trabalhadores. Atuando em cada empresa, em todos os ramos industriais, organizará as massas revolucionárias e lhes dará impulso para o combate decisivo, até que toda a resistência do capitalismo, prestes a desabar, seja vencida. Insuflará nas massas combatentes a confiança em sua própria força, garantia de qualquer vitória, na medida em que esta confiança os libertará dos chefes ambiciosos e traidores. E, a partir da União Geral dos Trabalhadores, começando nas empresas, estendendo-se pelas regiões econômicas e finalmente por todo o país, desenvolver-se-á vigorosamente o movimento comunista. O novo 'partido" comunista, que já não é um partido. Mas que é -pela primeira vez- comunista. Coração e cabeça da revolução.

VIII

Exemplifiquemos concretamente o processo. Há 200 homens numa empresa. Uma parte deles pertence à A.A.U. e faz-lhe a propaganda, inicialmente sem sucesso. Porém, o primeiro combate, no qual os sindicatos cedem, rompe os antigos laços, imediatamente 100 homens aderem à União. Há entre eles 20 comunistas, sendo o resto composto por filiados ao U.S.P.D., sindicalistas e desorganizados. No início, o U.S.P.D. inspira confiança. A sua política domina a tática dos combates na empresa. No entanto, lenta mas seguramente, a política do U.S.P.D. revela-se falsa, não revolucionária. A confiança dos trabalhadores no U.S.P.D. diminui. A política dos comunistas se confirma. De 20 os comunistas passam a 50, depois a 100 ou mais. Em breve, o grupo comunista domina politicamente a totalidade da empresa, determina a tática da União e dirige os combates com objetivo revolucionário. Será mais ou menos assim. A política comunista implantar-se-á de empresa em empresa, de região econômica em região econômica. Realizar-se-á e assumirá o comando, tornando-se corpo, cabeça e idéia diretriz. É a partir das células dos grupos comunistas nas empresas, a partir dos setores comunistas de massa nas regiões econômicas que se constitui - na edificação do sistema dos conselhos - o novo movimento comunista.

E então? Uma "revolucionarização" dos sindicatos, uma "reestruturação"? Quanto tempo durará o processo? Anos? Dezenas de anos? De modo nenhum. O objetivo não é demolir, destruir o colosso de argila das centrais sindicais, com os seus 7 milhões de membros, para os reconstruir depois sob outra forma. O objetivo é a conquista do comando nas principais indústrias, no conjunto da produção social, e, desse modo, conquistar o poder de decisão no combate revolucionário. Apoderar-se do dispositivo que pode asfixiar o capitalismo em ramos e regiões industriais inteiros. Nestas circunstâncias, eis o que a ação resoluta de uma organização pode conseguir, ultrapassando em eficácia a greve geral.

IX

K.P.D. deixou de expressar o movimento comunista na Alemanha. Bem pode reclamar-se ruidosamente de Marx, Lênin e Radek! Não passa de último membro da frente única da contra-revolução. Em breve se apresentará em perfeito acordo com o S.P.D. e o U.S.P.D., no quadro de uma frente única para um governo operário “puramente socialista". A promessa de uma “oposição leal" aos partidos assassinos, que traíram os operários é a primeira etapa desse processo. Renunciar a suprimir de forma revolucionária os Erbert e os Kautsky é o mesmo que aliar-se a eles.

A última fase do capitalismo é sua agonia. O último recurso da burguesia alemã. O fim. O fim dos próprios partidos, da política de partido, do embuste dos partidos, da traição dos partidos.

O novo começo do movimento comunista. O Partido Comunista Operário. As organizações revolucionárias de empresas, reagrupadas na União Geral dos Trabalhadores. Os conselhos revolucionários. O congresso dos conselhos revolucionários. O governo dos conselhos revolucionários. A ditadura comunista dos conselhos.



NOTAS:
(*) - Em 1875, divergindo de Marx e Engels, Wilhelm Liebknecht propôs a tática do antiparlamentarismo.

(**) - Os trechos em negrito são destaques feitos pelo coletivo de tradutores do grupo Autonomia.

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Reforma Universitária: quem ganha, quem perde?

Reforma Universitária: quem ganha, quem perde?

Uma minoria ganha, a grande maioria perde. Esta é a resposta para a pergunta-título do presente texto. A resposta de antemão, no entanto, pressupõe a sua fundamentação. A proposta de reforma universitária do Governo Lula tem fundamentos, características e conseqüências de grande alcance social e expressa uma determinada forma de compreender o papel do ensino superior em nosso país, bem como um projeto de desenvolvimento nacional. No presente texto seria impossível abordar todos os aspectos envolvidos e por isso iremos destacar alguns elementos e a partir disto apontar quem ganha e quem perde com a referida proposta de reforma universitária.

Toda política estatal tem por detrás de si um projeto político embasado em interesses, concepções e valores que expressam grupos sociais e até mesmo nacionais. Iniciaremos apontando quais interesses internacionais estão por detrás da atual proposta de reforma universitária. Ela tem o suporte do Banco Mundial, que não só apresenta propostas como realiza imposições oriundas de seu poder financeiro e força real na condução da política nacional nos países de capitalismo subordinado. A visão da educação do Banco Mundial é mercantil, fundada nas velhas ideologias da ciência econômica, a chamada neoclássica (Coraggio, 2003), que toma a educação como uma mercadoria.

A lógica mercantil subjacente nas propostas do Banco Mundial pode ser percebida a partir da idéia de submeter o processo educacional ao mercado. A educação perde todos os seus elementos não-mercantis (formação humanista, pensamento crítico) tornando-se mera mercadoria. Isto ocorre, no caso do ensino superior, em todos os aspectos: a oferta do ensino superior se torna a venda de uma mercadoria, a formação do aluno se torna a preparação para o mercado; o conteúdo do ensino se torna utilitário, as instituições estatais de ensino passam a objetivar lucro. As mercadorias são produzidas e quem produz as mercadorias ideológicas do Banco Mundial são aqueles que detém o poder a nível mundial e no próprio banco: os Estados Unidos. O Banco Mundial visa reproduzir e intensificar a divisão internacional do trabalho e a subordinação dos países mais pobres. O processo de crescente empobrecimento nos países de capitalismo subordinado sofre grande interferência do Banco Mundial (Chossudovsky, 1999) e é retrato da nova lógica do que podemos chamar “neoimperalismo”. Destacaremos dois pontos das propostas originadas no Banco Mundial: o fim da gratuidade e um enrijecimento da divisão do trabalho intelectual.

O fim da gratuidade (Leher, 2004a) vem apenas confirmar que o ensino se torna uma mercadoria, mesmo quando oferecida pelo Estado. Assim, é preciso pagar pelo ensino na esfera estatal e isto tem sua razão de ser na lógica do cálculo racional capitalista, pois o Estado assim diminui seus gastos, de acordo com lógica neoliberal. A idéia de autonomia universitária que vem sendo proposta pela reforma universitária se fundamenta na idéia de que as universidades devem captar recursos se vinculando a empresas privadas e ao mercado (Leher, 2004b). Na verdade, o que temos é sua total perda de autonomia, já que passa a se submeter ao mercado e também a parcerias com empresas privadas. A cobrança de mensalidades e taxas é apenas um processo de aprofundamento do que já vem ocorrendo com as universidades estatais.

Outro elemento presente na proposta de reforma universitária, de acordo com os interesses do Banco Mundial é o enrijecimento da divisão internacional do trabalho intelectual. A OMC – Organização Mundial do Comércio – tenta promover um processo de concentração da produção científica-tecnológica ainda maior nos países imperialistas, especialmente nos EUA e isto também se encontra presente na proposta da ALCA – Aliança para o Livre Comércio nas Américas. Tendo em vista que a reforma universitária proposta pelo governo Lula aprofunda a precarização do trabalho docente e, por conseguinte, da produção intelectual nacional, ela incentiva a busca de um ensino superior em outros países, principalmente nos EUA, por aqueles privilegiados que podem pagar por isto. A precarização da força de trabalho docente é um forte incentivo para isto. A proposta de aumentar o número de vagas nas universidades estatais ocorre através do aumento da carga horária dos professores – o que significa mais tempo em sala de aula e menos tempo para pesquisa –, o aumento do número de alunos em sala – o que significa mais trabalho extra-sala para os professores, tal como a avaliação de trabalhos escritos que se eleva quantitativamente – e a expansão da EAD – Educação à Distância, que possui baixo custo e permite a um professor ter uma quantidade muito maior de alunos sob sua responsabilidade.

Haverá, com isto, uma notável queda da qualidade do ensino, pois o professor irá ter menos tempo para pesquisa, atualização, além do fato de que quanto maior o número de alunos numa sala de aula menor é o rendimento destes e esta era uma das vantagens do ensino superior estatal sobre o privado. O objetivo é claro: diminuir custos e, também, diminuir a qualidade de ensino, tornando mais equilibrado a diferença entre instituições estatais e privadas e produzindo futuros professores com formação inferior. A força de trabalho docente perde sua qualificação e a produção intelectual nacional se vê radicalmente prejudicada, o que beneficia os países imperialistas. A já secular colonização cultural brasileira seria assim reforçada e ampliada. Assim, alguns membros das elites brasileiras passariam a estudar no exterior, o mercado editorial passaria a ser ainda mais dominado pela produção estrangeira e assim por diante. A produção científica, intelectual e tecnológica, uma das fontes das desigualdades internacionais (Viana, 2000) seria concentrada ainda mais nos países mais desenvolvidos tecnologicamente, proporcionando uma reprodução ampliada da subordinação internacional.

Por fim, temos a subordinação das universidades estatais ao mercado. A competitividade se torna uma palavra-chave para aqueles que propõem a reforma universitária. As universidades estatais devem, doravante, atender as demandas do mercado nacional e serão avaliadas através da forma classificatória, um incentivo governamental para a competição. A competição social é uma das características fundamentais da sociabilidade na sociedade moderna (Viana, 2002) e tem sua origem no processo de produção e distribuição capitalista, e agora se aprofunda com o novo estágio do capitalismo, invadindo esferas da vida social nas quais sua influência não era tão grande. Um novo regime de acumulação vem para intensificar o processo de exploração (Viana, 2003), tanto a nível nacional quanto internacional, e a competição se torna cada vez mais “selvagem”, onde só se salvam os mais fortes. As universidades estatais neste contexto se mercantilizam ainda mais. E o grande critério passa a ser quantitativo. Esta competição não gira em torno da qualidade e sim da quantidade. No discurso se fala de qualidade, mas a concepção de qualidade se torna mercantil e utilitária.

E os interesses nacionais? No capitalismo subordinado não existem interesses nacionais, mas tão-somente interesses daqueles que detém o poder, aliados e subordinados àqueles que possuem o poder em escala mundial. Por isso, a maioria perde com a reforma universitária neoliberal do Governo Lula. Os estudantes perdem, não só com a queda da qualidade do ensino como também financeiramente, com o fim da gratuidade. Em longo prazo perdem também no que se refere ao mercado de trabalho, pois a “universalização” do ensino promovida pela reforma e contando com o setor privado em expansão extraordinária, tende a produzir um exército de desempregados diplomados, que irão competir de forma intensiva (e com a qualidade do ensino das universidades estatais em queda, em condições semelhantes aos estudantes oriundos do ensino privado), bem como os salários deverão ter uma queda cada vez maior, devido à oferta de força de trabalho.

Os professores perdem, pois irão ter suas condições de trabalho precarizados, sua produção intelectual limitada, seus salários corroídos. A expansão dos cursos de pós-graduação tende a produzir um grande número de doutores e mestres que estarão competindo no mercado de trabalho, pressionando os salários para baixo, e diminuindo a qualidade do ensino, pois o crescimento da oferta de pós-graduação, assim como o da graduação, é acompanhado pela queda da qualidade.

A população em geral perde com a reforma neoliberal do ensino superior, pois ela faz parte do processo de aumento geral da exploração internacional que tende a aumentar a pobreza em escala crescente, principalmente em países de capitalismo subordinado como o Brasil.

Uma pequena minoria ganha, além dos países imperialistas. O governo, as empresas capitalistas e os empresários da educação são beneficiados com este estado de coisas. O governo busca manter a governabilidade com a ilusão do ensino superior para a juventude e políticas paliativas (política de cotas, inclusão de excepcionais, entre outras). Os empresários da educação ganham por conseguirem ampliar o seu mercado consumidor e pelos incentivos governamentais. As empresas capitalistas ganham com a produção ampliada de força de trabalho, o que lhe permite aumentar a exploração com a queda dos salários oriunda da competição pelo mercado de trabalho. Em longo prazo, os que ganham também perdem, pois o neoliberalismo e neoimperialismo fazem da sociedade contemporânea uma panela de pressão que cada vez mais é aquecida com as políticas neoliberais e como eles não querem tirá-la do fogo, ela tende a explodir e acabar não apenas com o neoliberalismo mas com sua base de existência, o próprio capitalismo.

Referências

Chossudovsky, Michel. A Globalização da Pobreza. Impactos das Reformas do FMI e do Banco Mundial. São Paulo, Moderna, 1999.

Coraggio, José Luís. “Propostas do Banco Mundial para a educação”. In: Tommasi, L.; Warde, M.J.; Haddad, S. O Banco Mundial e as Políticas Educacionais. 4ª edição, São Paulo, Cortez, 2003.

Leher, Roberto. Reforma Universitária do Governo Lula: Protagonismo do Banco Mundial e das lutas antineoliberais. In:http://www.andes.org.br/reforma_universitária_brasil_banco_mundial.pdf, acessado em agosto de 2004a.

Leher, Roberto.Reforma Universitária do Govenro Lula: Nota para uma Crítica do Documento elaborado pelo GT Interministerial (GTI). In:http://www.andes.org.br/ref_universitária_gov_lula.htm, acessado em 2004b.

Viana, Nildo. “Capital, Espaco e Desigualdade”. Boletim Goiano de Geografia. Vol. 20, no 1/2 , Dez. 2000.

Viana, Nildo. “Universo Psíquico e Reprodução do Capital”. In: Quinet, A.; Peixoto, M. A.; Viana, N. Psicanálise, Capitalismo e Cotidiano. Goiânia, Edições Germinal, 2002.

Viana, Nildo. Estado, Democracia e Cidadania. Rio de Janeiro, Achiamé, 2003.

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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

MOVIMENTO ESTUDANTIL


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UMA NOVA ESQUERDA NA AMERICA LATINA?


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CALENDÁRIO ACADÊMICO

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