COMUNICAÇÃO É TROCA DE EMOÇÃO - Milton Santos

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

NOTA/CONVITE PARA ASSEMBLEIA GERAL

NOTA/CONVITE PARA ASSEMBLEIA GERAL

Mais um semestre de aulas está findando e mais uma vez vemos Coordenadores apresentando suas carências de professores: uns três, outros quatro, outros seis, outros oito, dez! Bom, se somarmos as carências reais, certamente teremos muito mais que os quase duzentos docentes já propalados. Há rumores de que está sendo planejado um Concurso Público para Professor Substituto e que em 2011.1 – não mais teremos o Professor Colaborador. Fora isto, nada se fala sobre Concurso Público para Professor Efetivo, menos para Funcionário Técnico Administrativo.

Como se não bastasse, parte da carência de técnicos administrativos vem sendo suprida, sem constrangimentos, por estudantes que se submetem a trabalhar como “bolsistas”, porque precisam se sustentar minimamente na cidade de Sobral, visto que ficam “entre a cruz e a espada”: ou se tornam usuários do sistema de transporte
municipal escolar e universitário de suas cidades, que na sua maior parte, conduz os estudantes como rebanhos, aos montes, em veículos desconfortáveis, tornando as viagens diárias mais cansativas que o necessário, ou ficam nesta cidade e sofrem a espoliação do sistema de aluguel e alimentação caros.
Nestas circunstâncias, é que a Bolsa PBU tornou-se uma alternativa, inclusive de intimidação, porque alguns estudantes temem perde-la se participarem de quaisquer atos em defesa de seus direitos, em defesa de uma Universidade Pública e Gratuita, que realize satisfatoriamente o ensino, a pesquisa e a extensão.
Também consideramos um direito, debatermos sobre a regularização do horário acadêmico, que oficialmente deveria estar em 4horas relógio.

Neste sentido, estamos convidando a todos e a todas, professores, estudantes e funcionários para participarem de uma ASSEMBLÉIA GERAL que terá como pauta:ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL, CARÊNCIA DE PROFESSORES E CALENDÁRIO ACADÊMICO. Só unidos, teimosamente em luta permanente, denunciando e reivindicando nossos direitos, podemos mudar a atual conjuntura.

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terça-feira, 16 de novembro de 2010

CURIOSIDADES DA GEOGRAFIA

Aurora Boreal

A aurora boreal e austral são fenômenos visuais que acontecem ocorrem nas regiões polares de nosso planeta. São luzes coloridas que aparecem no céu, à noite. Normalmente é esverdeada. Estes fenômenos ocorrem em função do contato dos ventos solares com o campo magnético do planeta Terra.

Este fenômeno quando acontece em regiões próximas ao pólo norte é chamado de aurora boreal e quando ocorre no pólo sul é chamado de aurora austral. Os fenômenos são mais comuns entre os meses de fevereiro, março, abril, setembro e outubro.

A aurora boreal pode surgir em vários formatos como pontos luminosos, faixas no sentido horizontal ou circular. No entanto, aparecem sempre alinhados ao campo magnético terrestre. As cores podem variar bastante como, por exemplo, vermelha, laranja, azul, verde e amarela. Muitas vezes surgem em várias cores ao mesmo tempo.

Contudo, se por um lado somos presenteados com este lindo show de luzes da natureza, por outro somos prejudicados. Os mesmos ventos solares que causam este belo espetáculo interferem em meios de comunicação (sinais de televisão, radares, telefonia, satélites) e sistemas eletrônicos diversos.


Curiosidades:

  • O nome aurora boreal foi dado pelo astrônomo Galileu Galilei em homenagem à deusa romana Aurora (do amanhecer) e seu filho, deus grego do vento forte Bóreas.
  • Tal fenômeno não se restringe a Terra, também ocorre em outros planetas do sistema solar como Júpiter, Marte, Vênus e Saturno e também pode ser reproduzido de forma artificial.

  • O local onde há maior incidência da noite polar é na Lapônia Finlandesa.


REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

fonte: Só Geografia, http://www.sogeografia.com.br/Curiosidades/?pg=5

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terça-feira, 9 de novembro de 2010

GEOGRAFIA DA DESOLAÇÃO

GEOGRAFIA DA DESOLAÇÃO
Odaci Lima

O desenvolvimento econômico,no Planeta Terra, obedece a um processo evolutivo a que estamos, todos, submetidos. Diferentemente do que ocorre com o processo político, em que a intervenção do homem deve ser mais cautelosa, no processo econômico os fatores humanos "pressentem" maior liberdade de ação, desde que não constitua obstáculo à manifestação dos fatores imponderáveis.
Para os fins a que se propõe o presente trabalho,definimos subdesenvolvimento como o estado em que a população de um país ou região submete-se, por falta de recursos, a restriçõas contínuas quanto ao uso e consumo de alimento,habitação,saúde,segurança, cultura,transporte, energia elétrica, saneamento básico e água tratada, até os limites do suportável; ou quando, embora distante destes limites, esteja em posição de inferioridde em relação a outros, mais desenvolvidos, onde estas restrições são quasi inexistentes ou incidem com menor intensidde. Assim sendo, pode-se dizer que desenvolver é suprimir restrições vitais.
Realmente, é uma infelicidade que 1,5 bilhão de pessoas, no mundo, estejam sobrevivendo em condições que as situam abaixo da linha de pobreza absoluta.(ALMANAQUE ABRIL,2000)1 Isto significa fome, mortalidade infantil, ausência de escolas, moradias, atendimento médico-hospitalar, saneamento básico e auto-respeito. E não há boa vontade ou boa política capaz de resolver o grave problema sem que, antes, haja um crescimento da produção e da renda per capita nos paises e regiões onde os índices sociais sejam indicativos de baixas condições de sobrevivência."Mesmo os que não passam propriamente fome ou que, a bem dizer, não são doentes", diz um especialista, "vêm-se obrigados a uma existência extremamente frugal, sendo negado à maioria qualquer tipo de luxo, de variedade de alimentação ou de modo de vida. Estão fadados a ansiar por uma melhora de condições, não importa qual possa ser sua perspectiva de vida". (TINBERGEN)2
Na Região Nordeste do Brasil, onde se encontram nove estados (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraiba, Pernambuco, Alagoas, Bahia e Sergipe) ocupando mais de 1,5 milhão de quilômetros quadrados, os índices sociais são muito baixos. Segundo o Almanaque Abril, encontram-se,aí, as 150 cidades brasileiras com maior taxa de desnutrição. Para quem se preocupa com problems de subdesenvolvimento em regiões de ecologia frágil, como é o caso da Zona Semi-Árida do Nordeste,o Polígono das Secas, as considerações acima devem ser objeto de profunda reflexão. Nessa área,onde são escassos os recursos de água, solo e vegetação, não devem ser esquecidas técnicas de manejo de recursos hídricos e pasto, e de preservação em agricultura. As matas que margeiam os rios, bem como suas fontes, também merecem proteção. E devem-se evitar o emprego de agrotóxicos e fertilizantes químicos,priorizando o emprego de adubos orgânicos.
Sei que é preciso muita coragem para assumir a responsabilidade de propor a busca de uma identidade própria para a agricultura sertaneja. Se o nosso clima é diferente, temos que nos adaptar a esta diferença, a partir da comcepção de uma política realista.
Foi Otomar de Carvalho quem melhor descreveu o Nordeste do Brasil como uma região problema. "Não é difícil compreender que uma área, com ampla extensão territorial, que apresenta escassas ou reduzidas disponibilidades de recursos naturais, seja abundante em mão-de-obra,com qualificações pouco diversificadas, e pobre em tenologia, e que, além do mais,seja submetida a crises climáticas constantes, embora descontínuas,possa ser caracterizada como uma área problema".(CARVLHO)3 Sem discordar do mestre, desejaríamos apenas acrescentar que, especificamente, o enunciado caracteriza melhor o Polígono das Secas do que o Nordeste Amplo.

Se para Yves Lacoste a geografia do Terceiro Mundo é uma geografia das discordâncias, para nós,nordestinos, a Geografia do Polígono das Secas é uma geografia da desolação.
Fora de qualquer pretenção determinista, é difícil negar a influência do meio geográfico na diferenciação do crescimento. Observe as cinco regiões em que foi dividido o País: Enquanto na Região Norte encontra-se a maior bacia hidrográfica do mundo, a maior parte do Nordeste está circunscrita ao Polígono das Secas, caracterizado por uma isoieta de 600 mm. Em seu interior, correm alguns rios temporários, exceto o São Francisco e o Parnaiba, cujas bacias deveriam ser excluidas do Polígono, por constituirem áreas úmidas muito extensas.
A rara ocorrência de minérios também é limitante. Nunca tivemos,aqui, uma Serra Pelada,uma Carajás, uma Bacia de Campos, e muito menos uma camada de petróleo no Pré-Sal. Mas isto não diz tudo. A verdade é que a história econômica do Nordeste está associada ao fenômeno das secas periódicas. E como ainda não foi possível tornar a economia nordetina resistente às secas, a geografia desta região é estarrecedora, é de desolação.
Pode-se definir a seca como uma drástica redução da precipitação pluviomátrica que costuma ocorrer na metade interiorana do Nordeste (o Polígono das Secas) a que estão sujeitos, parcialmente,os Estados que compõem a região e alguns municípios do Norte de Minas Gerais. Não esquecer que 97% do Ceará está incluido nêsse Polígono. A incidência deste fenômeno aniquila a produção agrícola na área afetada, dizima o gado e causa sofrimento à população, que, então, se submete à falta d'agua, alimentação e outras restrições, inclusive o inaaceitável óbito.
Mas nem sempre o fenômeno assume esta característica. Há ocasiões em que as chuvas alcançam a média histórica da precipitação, porém distribuida irregularmente, com relação à série temporal. É quando ocorre atraso do inverno (como o sertanejo chama a estação chuvos) ou chove muito nos primeiros meses, ficando a insuficiência de chuvas para os meses seguintes, como está ocorrendo neste ano, no Ceará.(2010) Em ambos os casos, as plantas cultivadas ficam seriamente prejudicadas,mas ficam garantidos o abastecimento d'agua à população e a pastagem do gado.
No caso, porém da seca real, quando as precipitações não alcançam níveis próximos da média histórica, o prejuizo alcança todos os setores, inclusive o humano. Abrem-se as porteiras dos currais e o gado é entregue à própria sorte. E as famílias, também. É a desolação.
Se a economia do Nordeste é de desolação, a estatística da seca só manipula orrores. Não há geógrafos, economistas ou estatísticos materialistas, quando falam do Nordeste. Sinta isto ao ler as palavras de um ex-presidente do BNB, um dos homens que derramaram suor e lágrima, a fim de minorar o sofrimento deste povo infeliz:"A seca provoca inicialmente uma crise de desemprego. A falta ou escassez de chuva e a frustração dos plantios, faz com que os fazendeiros despeçam seus trabalhadores, moradores, meeiros e agregdos, os quais imediatamente procuram emprego nas "frentes de trabalho" de emergência, que o Governo é obrigado a abrir. Os minifundistas e pequenos agricultores são, também, levados a abandonar suas terras, quando não há mais possibilidades de obter colheitas. (...) Esta crise de desemprego se desencadeia com grande rapidez, podendo haver dezenas ou centenas de milhares de desocupados em poucas semanas" (DA COSTA)4. Por isso achamos justificavel que quando alguém encontre um sociólogo, economista, geógrafo ou engenheiro que trabalhe ou tenha trabalhado em repartição comprometida com os trabalhos de combate aos efeitos das secas, tire-lhe o chapéu.
Fala-se em combate aos efeitos das secas, mas estes efeitos são duradouros e as consequências de uma são acumuladas com as da seguinte.
Já vimos quais são os danos que ela causa à economia, ao ambiente e seus aspectos sociológicos. Os açudes médios e pequenos secam, a agricultura não resiste, o rebanho de gado mingua e as pequenas propriedades são absorvidas pelas maiores, negociadas, que são, por preço de oportunidade,contribuindo, assim,com o aumento da concentração de posse da terra. Ninguém vai trazer, de volta, o sítio da família, o roçado perdido e o gado dizimado, nem pagar os empréstimos que os fazendeiros fizeram, para fins de custeio e investimento E quem fará ressurgir das cinzas as vidas humanas que a seca seifou? Além do mais,a seca, imprevisível,é um perigoso elemento surpresa. O que é possível fazer é tornar o Polígono mais resistente a este fenômeno meteorológico, o que o DNOCS está tentando, desde 1909, quando foi fundado com o nome de Inspectoria Federal de Obras Contra as Secas (IFOCS).Infelizmente os reursos a ele destinados não têm sido suficientes.
Os objetivos-meios devem ser definidos com seriedade, e o traço de união entre eles e o objetivo-fim é a resistência às secas, em que a geração de empregos não dependentes dos fatores climáticos, em percentual superior ao do crescimento da população, assume papel de destaque. Há, portanto, que se aumentar e consolidar a participação da indústria e serviços na formaçõ do PIB, e executar um plano de irrigação tão sério quanto o que foi feito no vale do São Francisco, na déca de 60. Justifica-se, isto, pelo fato de que, em se tratando de agricultura, água é fator de produção.E é o que mais falta no Polígono.
É natural que, numa região que sofre variadas formas de limitações, o poder público intervenha no sentido de evitar ou atenuar desequilíbrios e disparidades de crescimento. No caso do Nordeste, porém, a política do Governo Central,via SUDENE, que deveria ter-se orientado para anular ou corrigir desequilíbrios, funcionou como elemento de reforço de desenvolvimento diferenciado, ao privilegiar alguns estados da Região. No nosso entender, isto foi a causa de não havermos obtido melhores resultados, em matéria de desenvolvimento, como resposta aos incentivos, valiosos, então dispostos pela Nação.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1)ABRIL, Almanaque, volume Mundo,Editora Abril, São Paulo SP,2000.

2)TINBERGEN,Jan:"Desenvolvimento Planejado",Zahar Editores, Rio de Janeiro, Rio, 1975.

3)CARVALHO,Otomar de:"Ações no Campo do Desenvolvimento Regional". Revista Econômica do Nordeste,ano V, vol.17, Fortaleza-CE, 1973.

D4)DA COSTA Rubens Vaz."A Economia do Nordeste e o Desenvolvimento Nacional". BNB, Fortaleza-Ce,1968.

Fonte: http://www.webartigos.com/articles/44605/1/Geografia-da-Desolacao/pagina1.html#ixzz0wOXMLRYl

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A questão ambiental é de todos, mas a culpa é de quem?

Com freqüência presenciamos na mídia em geral questões relacionadas
a problemas ambientais, ficamos perplexos quando noticiam novos
desmoronamentos, queimadas, enchentes, poluição dos rios, e tantos
outros casos que diariamente ouvimos e vemos nos meios de comunicação.
Já estamos tão acostumados a esse tipo de notícias que por vezes nem
nos damos conta do quanto os problemas ambientais têm afetado a nossa
própria vida, e acabamos tratando com naturalidade, afinal é só mais um
acontecimento diante de tantos que são divulgados todos os dias.
O que poucos de nós paramos para refletir diante dos problemas
ambientais, é qual a real causa da problemática? Tudo quanto os meios de
comunicação e as autoridades nos passam é verdadeiro, ou existe algo
que nos escondem referente aos motivos das catástrofes que temos visto?
Muitas vezes ouvimos dizer que o homem está destruindo a natureza e
acabando com os recursos naturais, muito se culpa o homem por ser o
causador do aquecimento global, da destruição da natureza e da poluição.
Mas então nos deparamos com outra questão importante, que homem é
responsável por causar estes problemas?
Será que podemos generalizar e afirmar que o homem é o culpado, ou
existe uma determinada classe de homens que tem maior culpa pelos
problemas? Talvez a expressão “O homem tem destruído o meio ambiente”,
seja uma forma de isentar os verdadeiros culpados, lançando a culpa em toda
a humanidade.
É preciso que não sejamos tão artificiais frente aos problemas
ambientais, e que nos lembremos que somos parte da natureza,
dessa forma sofrendo com as conseqüências de nossas ações negativas sobre o meio.
Temos os recursos naturais para que possamos utilizá-los, mas acima
de tudo somos seres naturais, interligados com a natureza, e nossa
sobrevivência depende da forma com que cuidamos dos recursos
que temos a nossa disponibilidade.
As ações perversas sobre o meio ambiente são de poucos, mas as
conseqüências são sentidas por muitos. Pensemos mais sobre as
causas e conseqüências dos problemas, busquemos responsáveis
e não tratemos com naturalidade o descaso com o meio ambiente.

Luana Caroline Künast

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Breve histórico da evolução do pensamento geográfico

Os gregos foram os primeiros a fazer registros sistemáticos de geografia, pois sua intensa atividade comercial permitia-lhes explorar e conhecer diferentes povos e lugares ao longo da costa do mar Mediterrâneo. A própria palavra geografia vem do grego (“geo” = terra; “grafia” = escrita, descrição).
Observa-se que embora os conhecimentos iniciais dos pensadores e escritores gregos pouco se assemelham ao que é a Geografia hoje. Seus trabalhos relativos às formas e dimensão da Terra, aos sistemas de montanhas, aos tipos de clima e as relações entre o homem e o meio, constituíram importantes fontes para o conhecimento geográfico que se desenvolvera bem mais tarde (KOSEL e FILIZOLA, 1996).
O que é Geografia e qual o seu objeto de estudo? As opiniões evoluíram e variaram muito ao longo dos tempos. Inicialmente, o conhecimento geográfico era eminentemente prático, empírico, limitava-se a catalogar e a cartografar nomes e lugares, servindo aos exércitos que avançavam em regiões vizinhas para que o fizessem com mais segurança e em direção aos pontos estrategicamente estabelecidos.
A Geografia surgiu para auxiliar o Estado na apropriação de terras e nas guerras, porém com pouco rigor científico. No entanto, as preocupações científicas, geográficas, surgiram a partir do século XIX, quando Alexandre de Humboldt, fazendo grandes viagens, observou as relações existentes entre as associações vegetais e as condições de clima e de solo, observou também as relações entre os sistemas de exploração da terra e do homem e ainda as estruturas sociais entre dominados e dominadores. Nessa mesma época, o historiador Karl Ritter, que era professor da Universidade de Berlim, procurou estudar os vários sistemas de organização do espaço terrestre, comparando povos, instituições e sistemas de utilização dos recursos. Esses dois alemães de formações distintas, que deram origem a Geografia.
Karl Ritter teve grande atuação na difusão da Geografia no magistério. Ele foi professor do dois geógrafos que deram à Geografia um cunho mais cientifico: Frederic Ratzel e Elisée Reclus (ANDRADE, 1998).
O estabelecimento da Geografia nas universidades da Europa Ocidental ocorreu, a sério, no ultimo quartel do século XIX. O governo da Prússia começou por criar cadeiras em suas universidades na década de 1870, sendo logo seguido pela França e Suíça (FORBES, 1989).
O estudo da Geografia foi encarado na Alemanha como de considerável significado para o êxito do país e deram muita ênfase ao ensino da matéria aos oficiais do exército. O fator mais importante para afirmar a utilidade da Geografia foi a expansão dos impérios coloniais, ocorrida nessa época. A Geografia desenvolveu-se em paralelo com o imperialismo.
Ao mesmo tempo em que acompanhou os grandes desenvolvimentos, sendo, também beneficiada com novas informações, a Geografia foi utilizada como justificativa para a dominação dos povos colonizados. Assim, por exemplo, os povos das regiões quentes, tropicais eram considerados submissos e, se os europeus os escravizavam isso se devia à valentia típica do hemisfério Norte. Segundo essa explicação, o homem era determinado pelo meio, daí a denominação Determinismo que identificava essas idéias, aplicáveis a vários ramos do conhecimento. Porem, quando a Geografia “se emancipou”, ou seja, quando as condições básicas para que se tornasse uma disciplina autônoma estavam satisfeitas, o Determinismo convivia com outras correntes de análise geográfica: ora o espaço físico era mais importante, ora as populações; ora a valorização dos dados quantitativos (KOZEL e FILIZOLA, 1996). Na escola, os conhecimentos geográficos eram transmitidos de maneira inconsciente, por diversas disciplinas, como a sociologia, que estudava as relações humanas nas cidades e na zona rural. Porem, logo após a institucionalização da Geografia, surgiu o professor de geografia, que lecionava unicamente essa disciplina.
O sistema escolar, a escola tal como é conhecida hoje, é algo relativamente recente na história da humanidade: foi construído a partir do século XVIII, no contexto de desenvolvimento do capitalismo industrial e a urbanização, de ascensão da burguesia como classe dominante com o correlato enfraquecimento do poderio e da visão de mundo aristocráticos. Mas a escola como instituição e o sistema escolar como estrutura ligada ao Estado, com obrigatoriedade até certa idade, com fiscalização de conteúdos e procedimentos burocráticos, com uma hierarquia em níveis de ensino, como uma “verdade” preestabelecida pelos órgãos oficiais e transmitida pelos professores etc., é um produto da sociedade moderna ou capitalista no seu instituir-se, especialmente nos séculos XVII e XIX, quando ganhou destaque a disputa entre o Estado e a Igreja pelo controle da educação, vista que a educação serve para incutir nas sociedades valores e ideologias das classes dominantes (VESENTINI, 1995, p.34-37).
No Brasil, oficialmente, a Geografia só começou a ser lecionada em instituições de ensino superior após a Revolução de 30. Nessa época, a Geografia lecionada na Faculdade de Filosofia tinha como principal objetivo formar professores para o ensino médio (hoje assim chamado). Somente após a implantação do curso de Geografia nas universidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, é que foram convidados professores da Escola Francesa de Vidal de La Blache e só então a disciplina Geografia passou a ser lecionada por professores licenciados (SEABRA, 1991). Com a criação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e da Associação dos Geógrafos Brasileiros a Ciência Geográfica ganhou mais força, prestígio e reconhecimento no Brasil.

AUTORES:

NEY J. C. SILVA, Geógrafo, especialista e mestre em questões ambientais.

QUINTO F. A. RAMOS, Geógrafo e especialista em ensino superior.

Artigo publicado no Jornal O imparcial, página 4, caderno de opinião, São Luís, MA, 25 de setembro de 2008. Esse artigo é também parte de um artigo científico publicado na Revista Pesquisa em Foco da Universidade Estadual do Maranhão.

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O ENSINO DE GEOGRAFIA: DAS PRÁTICAS TRADICIONAIS AO MOVIMENTO DE CONSTRUÇÃO DE UMA GEOGRAFIA ESCOLAR CIDADÃ

O ENSINO DE GEOGRAFIA: DAS PRÁTICAS TRADICIONAIS AO MOVIMENTO DE CONSTRUÇÃO DE UMA GEOGRAFIA ESCOLAR CIDADÃ

Valtey Martins de Souza
Nilene Ferreira Cardoso Souza
Antonio Félix da Silva


O presente texto vai tratar do modo como eram vistas e aplicadas às práticas tradicionais no ensino da Geografia Escolar e, também, vai falar da construção de uma Geografia Escolar Cidadã, que procura trazer para o centro da discussão, o objeto de interação do professor, que é outro sujeito, o aluno.
Assim, as palavras de Lacoste citado por Rocha (1998), são bastante claras, pois para ele:
A geografia dos professores nada mais é do que um discurso ideológico, que tem como função, dentre outras, mascarar a importância estratégica dos raciocínios centrados no espaço (p.67).

Nessa concepção, o ensino da geografia no final do século XX era descomprometido e isolado do real, buscando se distanciar o máximo da realidade espacial. Essa metodologia aplicada pelos professores mascara o raciocínio sobre a importância da organização do espaço, e os conteúdos estudados eram de forma mecânica e superficial, fazendo com que não houvesse compreensão, causando certo distanciamento na relação do conhecimento apreendido na escola com a realidade observada. Desse modo, o aprendizado tornava-se sem importância para o aluno, que era tido apenas como um objeto da aprendizagem.
Nesse contexto, essa maneira de ensinar a geografia desconectada da realidade, teve como conseqüência, o desinteresse pelos estudos geográficos, uma vez que não contribuíam para um estudo crítico da organização espacial do mundo, distanciando o nosso alunado da importância do conhecimento geográfico.
Dessa maneira, nas escolas brasileiras, o modelo pedagógico adotado é centrado no autoritarismo, no qual o professor sempre deve ser o centro e, os alunos, são entendidos como recipientes vazios que devem ser preenchidos. Esse modelo educacional que não valoriza os conhecimentos extra-escolares, que não permite a participação ativa do educando, que o torna objeto e não sujeito do seu aprendizado é o de cunho tradicional.
Visto sob essas condições, esse modelo tradicional trata a diversidade e a heterogeneidade de forma homogênea, transformando o educando num mero repetidor de conhecimentos, num indivíduo robotizado. Para isso, o referido modelo educacional faz uso de conteúdos sem nenhum significado para os alunos, onde os professores utilizam metodologias que irão auxiliar cada vez mais, na alienação dos estudantes.
No entanto, outra concepção pedagógica que se opõe ao modelo tradicional, é a de cunho crítico, aquela que compreende a inter-relação entre a educação e a prática social. Esse exemplo pedagógico é aquele onde o professor crítico busca no interior da sala de aula, se utilizar de técnicas de ensino que visem à aquisição do saber sistematizado, principalmente através da utilização da bagagem de conhecimentos que o alunado trás da sua cotidianidade.
Nessa linha de raciocínio, Cavalcanti (1998) entende que é preciso, portanto, formar uma consciência espacial para a prática da cidadania, o que significa tanto compreender a geografia das coisas, para poder melhor manipulá-las no cotidiano, quanto conhecer a dinâmica espacial das práticas cotidianas inocentes, para dar um sentido mais genérico (mais crítico, mais profundo) a elas. Nessa concepção, a produção e reelaboração do conhecimento derivam das interações entre professor e alunos, que por sua vez, trazem uma bagagem de conhecimentos extra-escolar, de fundamental importância para tal reelaboração.
Assim, na perspectiva crítica, a geografia escolar estimula a atividade e a iniciativa dos alunos, sem prescindir da iniciativa do professor, favorecendo o diálogo, de onde brota o início da transformação do indivíduo em sujeito de seu aprendizado.
Nesse cenário, a partir do que foi posto, o ensino da geografia vai permitir que os alunos façam relações de forma sistematizada de suas realidades, despertando-os para a compreensão de sua organização espacial. Dessa forma, esse modelo de ensino terá como objetivos, formar sujeitos, o que difere das políticas neoliberais aplicadas pelos PCNs, como uma geografia humanística que visa formar apenas indivíduos alienados por essa política do Estado brasileiro.
Portanto, essa nova forma de ensinar geografia, tendo o espaço como produto, condição e meio de reprodução das relações sociais, faz com que os alunos comecem a se identificar com seu espaço de uso cotidiano, passando a conhecê-lo de forma particular através de vários olhares, pois, a partir do conhecimento geográfico, obtemos habilidades para compreender o nosso meio, sobretudo as relações travadas no espaço.
Desse modo, concluímos que essa geografia escolar cidadã que vê o espaço como historicamente produzido pelo homem, e a necessidade de conhecê-lo de forma sistemática para melhor organizá-lo numa perspectiva de sociedade mais justa e igualitária, deve ser a geografia escolar que mais se adéqua a formação de sujeitos conscientes dos seus papéis como cidadãos participantes de uma sociedade dinâmica.


BIBLIOGRAFIA


CAVALCANTI, L. S. Geografia escolar e a construção de conceitos no ensino. In:_____. Geografia, escola e construção de conhecimentos. Campinas: Papirus, 1998.

LOPES, A. O. Aula expositiva: superando o tradicional. In: PASSOS, Ilma; VEIGA, A. (Orgs). Técnicas de ensino: Por que não? 2 ed. Campinas: Papirus, 1998.

ROCHA, G. O. R. O papel do professor de geografia na formação de uma sociedade crítica. Revista Ciência Geográfica. Baurú. IV (10): mai/ago, 1998.

_____. A geografia escolar e a consolidação do projeto educacional neoliberal no Brasil. Belém: Mineo, 2002.

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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Resumo do texto O paradoxo da miséria no Brasil.

Resumo do texto O paradoxo da miséria no Brasil.

(texto adaptado da revista veja -edição 1735-23janeiro de 2002)


Dentro de uma análise de contradições o texto O paradoxo da miséria no Brasil procura demonstrar um país que apresenta uma economia que se situa entre as dez maiores economias do mundo, porém, ao mesmo tempo apresenta um auto nível de miséria entre sua população. Dados dos anos 2000 nos mostram que o país chegou a atrair investimentos estrangeiros em torno de 30 milhões de dólares, no Brasil esta localizada metade dos usuários de Internet da América Latina, perdendo apenas para os E.U.A é a nação que mais compra aviões executivos e possui a cidade que apresenta a segunda maior frota de helicópteros do mundo. Apesar de toda a riqueza o país não conseguiu erradicar a miséria de seu território, no Brasil existem 53 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza, destas podemos dividir em dois grandes grupos há 30 milhões de pessoas vivendo com extrema dificuldade, e há 23 milhões que vivem de maneira primitiva. O Brasil todos os anos aparece nas listagens internacionais como um dos países que apresenta a maior concentração de renda do planeta, isso pode ser simplificado da seguinte maneira 1% da população, a parcela mais rica, detém a mesma quantia de recursos que os 50% da população mais pobre. O problema da miséria no Brasil não se trata exclusivamente da carência de recursos como por exemplo ocorre na Ásia e África quando se trata da fome, nesses continentes falta alimento, porém, no Brasil isso não ocorre pelo contrário se produz bastante alimento, contudo a grande parcela da população não tem acesso a comida, ou seja, no Brasil há comida sobrando o problema é a forma como esse recurso é distribuído. Nesse sentido, o Brasil se apresenta como um país que possui recursos suficientes para amenizar ou ate mesmo erradicar a miséria de seu território, porém, devido a concentração de seus recursos esse sonho se torna cada vez mais distante.


José Hilco C. Santos

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